Esforços são feitos para identificar fatores de risco (FR) cardiovascular (CV) e intervir em indivíduos com alto risco, visando reduzir a mortalidade CV. Os distúrbios agrupados como síndrome metabólica (SM), ligados pela resistência à insulina (RI), conferem um alto risco CV devido à combinação de intolerância à glicose, hipertensão, triglicérides elevados e HDL baixo, em adição a outros FR recentemente descritos. A hiperinsulinemia é um FR independente e a obesidade central é um FR maior, independente do IMC. A elevada atividade lipolítica da gordura visceral resulta em hiperprodução de ácidos graxos livres e suas consequências metabólicas, caracterizando o estado de RI. A associação de microalbuminúria com hipertensão, triglicerídeos e fibrinogênio, sugerem um papel na predição da doença CV e deve ser considerada um marcador de disfunção endotelial generalizada. Hipofibrinólise, devida a elevações do fibrinogênio e do PAI-1, induzidas pelo estado de RI, facilita a aterotrombose em pacientes com SM. O inibidor do ativador da trombina é, também, associado independentemente com marcadores de obesidade, hemoglobina glicada e RI. Hiper-homocistinemia está associada com efeitos deletérios nos vasos e parece resultar de dano endotelial, estado inflamatório crônico e comprometimento renal. A proteína C-reativa e a adiponectina - marcadores sensíveis de inflamação - também estão associados com RI. A endotelina-1 pode levar a distúrbios da SM e sua produção aumentada refletir dano endotelial causado pela RI. Em resumo, pacientes com SM têm o mais elevado risco de morte por eventos CV. Estudos clínicos intervencionistas, dirigidos aos componentes da SM e também para aumentar a sensibilidade à insulina, são necessários pra estabelecer o impacto prognóstico sobre a morbidade e mortalidade CV.
Efforts are being made to identify cardiovascular (CV) risk factors (RF) and intervene in high-risk subjects aiming to reduce CV mortality. Disorders grouped under the metabolic syndrome (MS), linked by insulin resistance (IR), confer high CV risk due to the cluster of glucose intolerance, hypertension, elevated triglycerides and low HDL-cholesterol levels in addition to several recently described RF. Hyperinsulinemia is considered an independent RF; central obesity is associated with major RF independently of BMI. High visceral fat lipolytic activity results in overproduction of free fatty acids and metabolic consequences, characterizing the IR state. Association of microalbuminuria with hypertension, triglyceride and fibrinogen levels suggested a role in predicting CV disease. It should be considered a marker of generalized endothelial dysfunction. Hypofibrinolysis due to fibrinogen and PAI-1 elevations, induced by the IR state, facilitates atherothrombosis in patients with MS. The thrombin activator fibrinolysis inhibitor is also independently associated with markers of obesity, glycated hemoglobin and IR. Hyper-homocystinemia is associated with deleterious vessel effects and seems to be result from endothelial damage, chronic inflammatory status and kidney impairment. C-reactive protein and adiponectin - sensitive markers of inflammation - are also associated with IR. Endothelin-1 can lead to MS disorders and increased production might reflect endothelial damage caused by IR. In summary, patients with MS are at the highest risk of dying from CV events. Interventional trials directed to components of MS and also to increase insulin sensitivity are needed to establish the prognostic impact in CV morbidity and mortality.